Emilio Pujol (1886–1980) foi um dos mais influentes violonistas, compositores e pedagogos espanhóis do século XX, reconhecido tanto por sua atuação como intérprete quanto por seu profundo trabalho de pesquisa e ensino do violão clássico.

Nascido em La Granadella, na Catalunha, em 1886, Pujol iniciou seus estudos com Francisco Tárrega em 1901, tornando-se um de seus mais fiéis discípulos. Após a morte de Tárrega, Pujol continuou sua formação em composição e teoria musical com Agustín Campo em Madri, enquanto desenvolvia sua carreira como concertista, tendo inclusive se apresentado para a família real espanhola.

Pujol não se destacou apenas como intérprete. Ele teve papel essencial na redescoberta da vihuela e da música renascentista espanhola. Realizou pesquisas profundas e publicou edições críticas de obras de compositores como Luys de Narváez, Alonso Mudarra, Luis Milán e outros vihuelistas do século XVI, contribuindo imensamente para a preservação e valorização desse repertório.

Como pedagogo, lecionou no Conservatório de Lisboa entre 1946 e 1969, além de ter sido convidado por Andrés Segovia para ensinar na Accademia Musicale Chigiana, em Siena. Sua principal obra didática, Escuela Razonada de la Guitarra, é considerada um marco na pedagogia do violão, com abordagem sistemática e profunda da técnica violonística.

Pujol também teve importante atividade como compositor, deixando cerca de 124 obras originais para violão e mais de 275 transcrições e arranjos. Entre suas composições mais conhecidas estão El Abejorro, Tango, Guajira o Evocación Cubana e Canción de Cuna. Sua escrita combina tradição e refinamento técnico, com forte inspiração na música espanhola.

Faleceu em Barcelona, em 1980, deixando um legado duradouro como músico erudito, pesquisador e mestre do violão clássico. Seu trabalho pavimentou o caminho para o ensino moderno do instrumento e resgatou tesouros da música antiga para as novas gerações.