Entre os diversos métodos de ensino e técnica do violão clássico, o Método de Abel Carlevaro se destaca por sua abordagem inovadora e profunda. Criado por um dos maiores violonistas e pedagogos do século XX, esse método rompe com tradições engessadas e oferece ao estudante uma nova forma de entender o instrumento — com base em ergonomia, liberdade de movimento e consciência corporal.
Neste artigo, você vai entender o que é o Método de Carlevaro, quais são seus princípios fundamentais e como ele pode transformar sua forma de tocar violão clássico.
Abel Carlevaro (1916–2001) foi um violonista e compositor uruguaio, amplamente reconhecido por sua atuação como intérprete e, sobretudo, como pedagogo. Ele dedicou grande parte de sua vida ao desenvolvimento de um método técnico completo que buscasse a naturalidade no movimento, a eficiência física e a expressividade musical.
Seu método é usado até hoje em conservatórios e por violonistas profissionais em todo o mundo.
O Método de Carlevaro é uma abordagem científica e prática do estudo do violão clássico, cujo objetivo é eliminar tensões desnecessárias, melhorar a performance técnica e evitar lesões. Em vez de seguir fórmulas rígidas de postura, Carlevaro propõe que o aluno entenda o funcionamento do corpo ao tocar — respeitando suas particularidades.
Ele desenvolveu seu pensamento em uma série de livros, sendo os mais conhecidos:
Em vez de decorar posições, o estudante deve compreender como e por que os movimentos são feitos. Cada gesto deve ter uma função musical, evitando automatismos vazios.
Carlevaro propõe o abandono do apoio tradicional da perna esquerda em banquinho, sugerindo uma postura com apoio no joelho direito ou uso de suportes modernos (como ergoplay ou gitano). O objetivo é manter a coluna ereta e os ombros livres, preservando a saúde do músico.
Ele ensina que a mão esquerda deve usar movimentos de pivô (rotação do punho) e alavanca (movimento dos dedos com base em apoio e equilíbrio) para economizar esforço e ganhar precisão.
A mão direita deve buscar a produção de som com peso, apoio e controle, e não apenas com velocidade dos dedos. Isso melhora a qualidade sonora e evita estalos ou ataques agressivos.
Carlevaro valoriza exercícios técnicos puros (sem música), mas sempre com consciência. Ele defendia que a técnica é um meio, e não um fim. Após dominar o movimento isolado, ele deve ser levado para o repertório com fluidez.
Os cinco cadernos de Carlevaro são progressivos e abordam temas como:
🎯 Eles podem ser estudados mesmo por iniciantes, desde que com acompanhamento ou orientação didática.
Evite o uso tradicional do banquinho. Adote suportes que permitam alinhar o violão ao centro do corpo, facilitando o acesso a todas as regiões do braço.
✔️ Isso ajuda a manter a postura neutra e previne dores.
Ver como você está tocando ajuda a identificar tensões, movimentos desnecessários e falhas técnicas. Carlevaro incentivava a autoanálise constante.
Após estudar um movimento em exercício técnico, aplique-o diretamente em uma peça que você está estudando. Isso cria a ponte entre técnica e música real.
Exemplo: se você praticou pivô no caderno, use-o em trechos de ligados no Estudo 1 de Carcassi.
Mesmo quem não segue o método à risca pode se beneficiar de seus princípios.
O Método de Carlevaro vai além da digitação. Ele ensina o músico a ouvir o próprio corpo, entender seus limites e buscar eficiência no gesto. É um caminho de autoconhecimento técnico e musical.
Se você deseja tocar com liberdade, beleza e sem esforço excessivo, estudar o método de Carlevaro pode ser uma das decisões mais inteligentes da sua trajetória no violão clássico.
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